sexta-feira, 15 de julho de 2011

Belém, 400 anos - No marco da légua, o imponente Juliano Moreira

Fachada principal do Juliano Moreira em meados do século XX
O portão de ferro do Juliano Moreira: história viva da medicina do Pará


A chamada revolta dos loucos, em 1961, envolvendo militares recolhidos ao hospital
O grande incêndio de 1982 destruiu parte do prédio

Quem ainda se lembra do Hospital Juliano Moreira?
Por quase um século o imponente prédio permaneceu erguido na avenida Almirante Barroso (antiga Tito Franco), bem em frente ao chamado Marco da Légua.
Fundado em 1892, como Asilo dos Alienados, na década de 30 passou a ser um hospital psiquiátrico com o nome de Juliano Moreira.
A história do atendimento aos que sofrem de transtorno mental na Amazônia não pode ser escrita sem considerar o que ocorreu dentro de suas paredes e grades. Horror e tortura, mas ao mesmo tempo a doação humana de tantos profissionais que ao longo de décadas trabalharam com afinco para amenizar o sofrimento de pacientes, em condições de extrema precariedade.
Ali também funcionou um manicômio judicial, o que tornou a situação do hospital ainda mais dramática. Por exemplo, em 1961, uma rebelião tomou conta da instituição. Foi a chamada Revolta dos Loucos, duramente reprimida pela polícia.
Em 1982 um grande incêndio destruiu parte do prédio. E, poucos anos depois, seus portões foram definitivamente lacrados, e o prédio quase secular foi criminosamente demolido.



Fotos: História, Loucura e Memória. Arquivo Público do Pará (SECULT, 2009)

3 comentários:

  1. Hospital de muitas histórias e lembranças,que infelizmente só ficou na cabeça dos mais velhos.Um fato inusitado aconteceu dentro das dependências desta Casa de Saúde com meu pai,antigo funileiro que prestava serviços para o Hospital,Como bem contou a nós filhos.Foi assim...Certo dia foi chamado para trocar uma calha(teto)que estava danificada,e lá subiu pela escada,após alguns minutos quando ainda consertava a tal calha apareceu um interno que gritou:---Ei funileiro,foi quando o meu pai virou-se para ele e perguntou:---O que é?...O homem que estava embaixo gritou:-----Segura que vou levar a tua escada,meu pai apavorado,sentou-se na marquize do prédio e o interno tirou a escada.Quem passava nos ônibus viu o meu pai sentado na marquize e o interno com a escada nas mãos se preparando para correr ,e assim, o fez posteriormente levou a mesma na carreira.Alguém que passava pediu socorro para tirar o funileiro do alto do prédio.Depois todos riram do episódio.

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  2. Em 1981 participei de um seminário sobre saúde mental que ocorreu no auditório do Juliano Moreira, como parte de um curso de Agente Comunitário de Saúde, promovido pela SESPA. Também considero um crime imperdoável a demolição. Foi-se a prédio da Palmeira, foi-se o Grande Hotel,foi-se...

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  3. Quando terminava a aula na Escola Jarbas Passarinho na 25 de Setembro lá pelos anos de 1974-75, ou quando saíamos mais cedo por algum motivo, íamos direto pra Perebebuí, bem ao lado do Juliano Moreira, jogar bola até anoitecer. A garotada da época não se atrevia pular pra área do hospital por motivos óbvios, além de que o muro era alto , mas, pela frente era possível. No entanto, ninguém se atrevia, ainda mais eu, que certa vez fui colocado na roda por internos ao adentrar a Casa Transitória pra ir visitar uma conhecida minha, passei um aperreio até que os enfermeiros vieram me socorrer.

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